A FLOR DA BELEZA.
Meu coração agora sabe, não há mais dúvidas quanto a isso. Acontece que, o beija-flor, aquele mesmo de outrora, aflorou-se novamente, com toda sua beleza, com toda a sua majestade. Eu a amo, sim senhores… Eu a amo com todas as minhas forças, a cada dia tenho mais convicção da força desse amor.
Era noite, enquanto ainda prisioneiro do meu próprio mundo, encarcerado na torre do meu próprio medo, eu apenas observava, o beija-flor, ave Olimpiana, pousou na torre do meu coração uma vez mais. Estamos no vigésimo sexto dia deste novo ano, outono frio, sábado atípico. O beija-flor, divina ave de outros tempos, onde estará agora? Quais serão os pensamentos dela?
Me ama?
Me odeia?
Quisera eu poder um dia, por um único momento neste dia, por um único segundo neste dia, um segundo apenas… Quisera eu poder provar de seus beijos, sentir os seus toques ardentes, quisera eu, poder desbravar tão graciosas curvas, beber de tão belos seios, sentir o sabor do teu amor. Sou apenas um prisioneiro no meu castelo de cristal.
Sou o poeta dos ventos,
Sou o poeta do ar,
Sou os teus pensamentos,
Sou o medo de te amar.
Sou quem não quero ser,
Sou a poesia do vento,
Sou o desejo e o contentamento,
Sou o amor que não posso ter.
Não há como sair desta prisão, serei portanto, um eterno prisioneiro do reino de cristal. Sou um prisioneiro de um amor impossível e inalcançável, meus dias são de lágrimas, de angústias, de tristeza e dor.
Algumas pessoas aproximam-se da torre onde estou, perguntando-me quem é o beija-flor, e qual é a identidade deste anjo ledo, sinceramente, eu nunca vos direi… Talvez, embora seja muito improvável, talvez alguém decifre os enigmas do meu coração, talvez…Enquanto isso, sou hoje quem não deve ser, preso na mente e no âmago do meu mundo de cristal, vivendo esse amor irreal.