Confissões
"Porque gostar eu gosto de muita gente. Mas amar mesmo, de verdade mesmo, do peito até parar, aí é só você."
Essas foram suas palavras. As últimas.
Ela segurava firme sua mão e dos cantos de seus olhos nasciam rios que corriam pelas ladeiras negras de seu rosto. Nada falava, apenas não desviava o olhar.
Ele continuava segurando a mão dela, sorrindo, no entanto. Sabia que de verdade mesmo a amara. Sabia que tinha se esforçado em ser o homem dela, que ela precisava e merecia.
Olhava-a com os olhos quase fechados, relutantes. Seus lábios a esbranquiçar e seu rosto a palidar-se. Em segundos partiu, ainda sorrindo.
Ela encostou a cabeça na mão dele, ainda escutando a afirmação que fora amada de verdade mesmo, até parar o peito.