ANDARILHO

O andarilho apenas segue em frente

Não se volta, não olha para o que passou

Nunca sente saudades, segue silente

Não se recorda dos caminhos por onde andou.

Qual borboleta, voejando sem cessar

Ao sabor da brisa, sem rumo planejado

Diferente do beija-flor, assíduo ao retornar

Nas mesmas flores, amor definido.

Assim muitos poetas e cantores

Doces, encantadores, olhos lassos

Em cada cidade, novos amores

Muitos risos, danças e abraços.

Ao romper do dia, mesmo insone

Se afasta sorrateiro, bate asas

Sem despedidas, choros, traumas

Simplesmente segue adiante some.

Desaparece nas curvas da estrada

Caminha ligeiro, seguro, altaneiro

Nem se lembra o nome da última amada

Pois se acostumou a viver livre do cativeiro.

(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)

(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Juares de Marcos Jardim
Enviado por Juares de Marcos Jardim em 21/05/2018
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