ANDARILHO
O andarilho apenas segue em frente
Não se volta, não olha para o que passou
Nunca sente saudades, segue silente
Não se recorda dos caminhos por onde andou.
Qual borboleta, voejando sem cessar
Ao sabor da brisa, sem rumo planejado
Diferente do beija-flor, assíduo ao retornar
Nas mesmas flores, amor definido.
Assim muitos poetas e cantores
Doces, encantadores, olhos lassos
Em cada cidade, novos amores
Muitos risos, danças e abraços.
Ao romper do dia, mesmo insone
Se afasta sorrateiro, bate asas
Sem despedidas, choros, traumas
Simplesmente segue adiante some.
Desaparece nas curvas da estrada
Caminha ligeiro, seguro, altaneiro
Nem se lembra o nome da última amada
Pois se acostumou a viver livre do cativeiro.
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
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