Flores secas



 
 
O amor sempre esquece um grito na noite de luzes piscando e de cores,
esquece o intenso e doloroso desalento dos mal amados amores.
Veja - Esqueceu do que eu disse durante tanto tempo,
e do que preciso para poder viver mesmo sem ser feliz,
mas, indo sempre em direção a você.
Certa existência que pede a vontade de continuar sonhando.
Pensei num sacrifício; Fazer uma poesia com muita rima, sem sentimento,
poesia equilibrada, contida, linda, ôca e desmotivada.
Fiz então uma poesia para ninguém, uma poesia louca, sem rima,
que falava de um amor perdido, de sonhos adormecidos,
uma vida inteira esquecida, rasguei do papel cada linha. 
Tem mesmo viagens sem gosto, para bem dentro da alma,
sem desejos, sem lembranças, sem esperança.
Dessas que segue pelo mundo, sem amor nenhum dentro de você.
Foi o que não fez, foi o que calou que me marcou,
um amor que sumiu pela manhã, numa tarde, numa noite, não sei.
Sei que sou um jeito diferente de poesia, escrevo a minha dor, sorrindo,
porque amar sem ser amor também é viver, sem se importar, se é real,
impossível amar sem sofrer, amar sem rima, é que é amar,
sem realização. Qual sentido existe nessa vida, se você não tiver uma direção.
E as lágrimas não secaram quando o amor se calou
diante da falta de um talvez, pelo menos.
Dum amor dolorido sem lenço, sem consolo, apenas na estrada um vácuo,
ao longe ouviu-se um choro inconsolado,
por haver amanhecido perdidamente certa de estar sem àquele amor,
que um dia a sua vida modificou, e foi, se foi  sem vida, sem sorte,
sem ser amado, para nunca mais se refazer, ainda assim,
um amor que não se pode jamais esquecer.
   
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 16/05/2018
Reeditado em 17/05/2018
Código do texto: T6338451
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