MANHÃ FRIA DE MAIO
Hoje acordei bem cedo e percebi que estava frio.
Destramelei a janela de tábua de uma folha só,
abri-a e vi o capim verdinho onde vive o cavalo Corisco,
todo orvalhado e gelado.
A neblina estava forte, não deu nem para eu ver a estrada de terra batida que trazem as pessoas aqui em casa.
Lembrei-me que já é maio.
Tenente, o cachorro vira lata que me acompanha todos os dias chegou feliz embaixo da minha janela.
Sua alegria era bestante, pois ele estava conferindo que eu acabara de acordar.
Na cozinha escutei o barulho de mamãe fazendo o café.
Café cheiroso, gostoso, quentinho com bolo de fubá.
Me troquei, coloquei o casaco de lã, arrumei a cama estendendo a colcha de retalhos bem coloridos sem deixar uma dobrinha.
Virei a tramela da porta do quarto e ela abriu sozinha, e avistei o fogão de lenha a todo vapor.
Tenente já estava lá esperando-me para fazer uma carícia e dar a ele umas migalhas de bolo.
O galo cantando na porta da cozinha e chamando as galinhas para comerem o milho que mamãe acabara de jogar.
Enquanto tomava o café eu pensei: A vida nesse lugar até parece que demora passar.
É isso aí!
Acácio Nunes