Solidão acompanhada
Na madrugada fria ouço a voz do silêncio que enche meu corpo de gotas amargas.
Preciso apenas de um toque ou um olhar sereno para acalmar os turbilhões de pensamentos que não me deixam dormir.
A noite parece não ter fim, o relógio parou no tempo, mas só os ponteiros, pois o tic tac constante me deixa ainda mais nervosa...
Tenho medo até de abrir os olhos e ver o que não quero ver, tenho medo de pegar o coberto ao lado para aquecer meus calafrios. Abraço minhas pernas com as mãos para sentir-me protegida.
A solidão é impiedosa, ela corta sem deixar sangrar, mas a dor se faz presente... Pior dor essa que se sente sem enxergar.
Ninguém nunca desejou o amanhecer como desejo agora, fico imaginando os primeiros raios de sol surgirem! Como é lindo o brilho dourado e caloroso da nossa estrela maior.
E como é bom poder dizer bom dia! E deixar pra tráz aquele medo bobo da solidão que trás com ela todos os nossos fantasmas, ou seja uma solidão mal acompanhada!