Amor na estrada
Pinceladas de matizes em raios de sol com respingos de chuva,
se mostra o arco íris suntuoso.
Pedaço de tarde, úmido, com vento soprando teus cabelos.
Que sorriso lindo tem tua emoção!
A estrada segue beiras de matos e bebe filetes de água,
nos córregos que corta.
Teus pés se molham e tuas pernas me enlaçam em caminhar para mim.
Cheiro de terra percorre campos verdes,
tal qual cama estendida em paragens serenas.
Intensa é a vivacidade da natureza,
como são os gozos de tuas delícias nesses meios.
E fico em meio a ti.
Folhas caem lentamente tocando o chão
e pedindo silêncio para se ressecarem com amor.
É que o sol é brasa, assim como teu sexo arde no desejo.
Em mim também queima incessante.
Pedras solitárias, tão minúsculas e concretas esperando passos na estrada para fazerem-nas locomoverem.
Reluzem opacas, conduzem solidões; integram a paisagem.
Assim minucioso é meu olhar no teu olhar.
Percorro teu corpo devagar e atento.
Paro em cada detalhe, somente para amar em pedaços
e juntar no fim todo contexto no orgasmo.
Vibram sons leves da natureza em consonância com a vida após o presente em gotas do céu.
Balançam flores e plantas; asas e plumas.
Eu em você dissolvo pulsações. Desnudo-me de sonho e realizo.
Sonhar contigo, faz parte do dia a dia.
Realizar faz vida em sintonia com toda leveza.
Misturam-se sons e sabores, essências e cores. O lugar sorri.
Entregamo-nos à naturalidade do querer. O arco íris se desfaz lentamente. Viu nossas cores... intimidou-se.