OCUPADOS... a porta está fechada
Ocupado...
E, despercebidamente, os olhares estão enclausurados de forma ontológica...
As conversas abafadas e afogadas imanentemente...
E hoje, o toque delicado, deslizante tal calafrio é numa superfície plana, rija... e ainda sorrimos e mostramos alegrias por usurparmos nós de nós...
Havia um tempo, nem é longe; abertas bocas largas bocejantes, olhares licorosos caldosos, oblongas bochechas esfumadas em rosas tonalidades... neste tempo, os corpos eram importantes; nós nos dávamos a liberdade de estar... parece que já não estamos...
Os delineados corpos metálicos de retos finos planos são nosso ninho - quiçá útero... tal caramujo, somos apenas dentro – voltando para nós - e não fora...
A porta está perpetuamente fechada nos últimos tempos... carregamos mais de nós num corpo externo do que nós de nós num corpo de massa vulnerável feito secas podres folhas outonais...