Um Pássaro...
Uma gaivota, no mastro de um navio,
Ancorado nas águas serenas do desejo,
Serenamente, limpando suas penas,
A penugem brilha no sol cobreado da manhã.
Estica suas asas para secar suas forças,
Percorreu muitas milhas em busca deste sol,
Amparado pelo véu das correntes deste mar,
As serrações cobrem além de sua visão.
Chegou de terras longínquas, terras sem cor,
Viajou por muitos mares á procura do seu alimento,
A fadiga e a fome lhe trouxeram, no desespero, no descanso,
Foi obrigada a descer, e pousar nesta nau.
Uma águia no mastro do seu veleiro,
Ancorado nas lagrimas dos desejos,
Serenamente, esquecendo-se dos seus sentimentos,
Sentimentos que brilham, no rosto, lágrimas prateadas,
E cristais congelados, que aquecem no sol cobreado das manhãs.
Respira com cansaço, das magoas reprimidas e sem forcas,
Perdeu-se em muitos caminhos até chegar onde está,
Na confusão dos sentires, na ilusão das vidas,
Na encosta de sua alma repousas.
Viajou por todos os Andes do seu coração,
Terras geladas, de sua emoção, abraçou a solidão,
E fez dela uma fogueira, sua maneira de viver,
Neste sentimento fez uma razão, sua própria navegação.
Um pássaro chamado amor...
Uma gaivota chamada infância...
Uma águia chamada adulta...
Uma lágrima chamada solidão...
Uma solidão chamada força...
Uma força chamada amizade...
Uma alma sentida como um abraço...
Uma navegação...
Um sorriso...
Um pássaro
Uma águia
Um veleiro
Um coração...