COMPLEXO DE CAIM?

O mundo

Entre duas inegáveis margens:

Os talentosos e ... os infelizes invejosos

Desde que mundo é mundo

Mas... por que tanta inveja?

O que, pois a justifica (se é que se pode justificá-la)

Estaria, pois a viola com dor de cotovelo pela voz que canta?

Ou frente aos outros a se ter fingida existência

Em negar sua dissimulada cobiça... o seu olho grande?

Oh, quanta hipocrisia!

Na, verdade, como o invejo sofre!

Embora, quem sabe, ele nem disto não o saiba

Ao que não busca então se libertar de su'angústia... de seu padecer!

Ah, por que desejam tantos o que outros possuem?

Ou mesmo a ser o que os demais os são?

Não, não faz o mínimo sentido!

Simplesmente... inadmissível!

Da rosa a encantar a todos com sua forma e perfume

De seus espinhos a espetarem as mãos dos que as tocam

Mas, seria por raiva?

Seria por indignação?

Ou não seria melhor se diria, para então... protegê-la?

Porem, eis que os espinhos se magoam visto que ninguém os reparam

Como os olhos dos demais se deleitam pelas pétalas das rosas...

Ó mundo!

Em místico, mas real cenário

Em que os talentosos e artistas utilizam suas mãos para criar

Ou su’essência para vitalmente expressar... em tudo:

Cantar... tocar... dançar... pintar... bordar...

E na totalidade de suas vidas e suas almas... sempre poetar

Todavia, os demais... que pena! apenas para os aplaudir

(mas apenas, por obrigação do protocolo, e só)

Ou se forem sinceros... em atirar-lhes pedras

Como em tal grau o fazem

(e como isto bem o fazem!)

Ou mais ainda, em seu desprezo, a eles... então vaiar

E sempre... em nome da inveja

Oh, que os façam como bem queiram

Ao que não me deixarei por eles atingir

Até porque invejar alguém é para mim, de certa forma... admirá-lo

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 06/05/2018
Reeditado em 05/06/2018
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