Humanidade Insensível a Vida
Ontem a ilusão
Hoje a vontade de tê-la
Amanhã ninguém sabe
Como combate-la
Andar nas estradas de terra.
Um vendaval de pó
O sol frita o pensamento
Não se sentir tão só
Descalço e de pés no chão
As pedras britadas e quentes
Fere a alma, o peso do fardo.
Ë nas costas, que o peso sente.
Andar sem querer chegar
Aonde o estranho lugar
Consome a vontade de viver
E a tristeza não quer suportar
Cabisbaixo de olhos pro chão
Querer estar em qualquer tempo
Não neste, nem naquele.
Mas no verdadeiro
As cobranças interrogam
A atitude errada
Esquecer o que marcou
A limpeza na alma
O exorcismo
O preconceito
O ilusionismo do amor
O orgulho do sentimento
O momento esquecido
O humor, o sorriso.
Cantar sem voz Ter
Uma canção diferente
Notas que não entoam o sofrer
Está seca a boca
A sede de vida vem ä tona
O copo esta longe do filtro
A água virou terra roxa
A Esperança esta seca
A estrada esta longa
Olhar para trás
Um rastro de sombra
Ser mais que o tempo
Sentir o que os olhos veem
Não a opressão dos gestos
Mas ler as palavras não ditas
O momento é agora
O agora é lento
Para quem esta fora
Do seu pensamento
O mundo demora
O maligno devora
As vidas estão fora
Dos moinhos dos ventos
Confiar em si mesmo
A segurança arrebentou
Vagas no coração
Estacionar os sentimentos
E ficar em pé na fila
Esperando
Contemplando
A vida desaparecer...