Uma caricatura do céu
Era uma árvore alta,
de copa grande
flores em formato de tulipas
que caiam, desenhando o chão
era uma sensação diferente
pisar na calçada aquarela,
de forte azul predominante,
azul que sujava camisas,
de meninos que lambuzavam as mãos,
adolescentes que entregavam flores,
às meninas, que sonhavam com paixão,
quem passava deixava rastros,
como tinta em papel almaço,
vestígios de inocentes ladrões,
a arvore jogava sombra na calçada
e onde não caiam as tulipas,
lacunas formavam imensas nuvens,
como se borrifadas no anil celeste
os vazios sugeriam falhas do pincel
e o resto azul, era o imenso céu