Doce infância na Fazenda
Eu fui aquela menina, alegre e saltitante, que corria pelos campos, pulava poças de água e brincava sempre ao léu.
Gostava de olhar para as nuvens branquinhas, imaginar borboletas, elefantes, carneirinhos que se formavam em clarão, como bolas de algodão no meio do azul do céu.
Comia fruta da árvore, bebia água na fonte e a tardinha se encantava com o sol alaranjado se pondo no horizonte.
Os nossos fins de semana eram sempre divertidos, depois de ir para a igreja, saíamos pra passear com os amigos queridos.
Nossa vida era tão boa, mamãe ia para o lago, pois gostava de pescar e nós brincar na lagoa.
Doce tempos que se foram, nenhuma maldade havia, somente paz e alegria naquele mundo infantil.
Os sonhos eram sempre lindos, as amizades sinceras, como a vida era bela, como tudo era gentil.
Nos éramos tão felizes, brincávamos de casinha, roda roda, amarelinha, pega pega na calçada, os meninos empinavam suas pipas pelo ar, que subiam coloridas com o vento a balançar.
Jogavam bola de gude ou brincavam com carrinho, tinha o ioiô e o pião, feito de madeira rosa, muitas saudades sinto dessa infância deliciosa.
Papai saia cedinho para começar a lida, sabia que ficávamos bem, junto da mamãe querida.
Ela lá dentro de casa cantava uma canção bonita, vez ou outra da janela, olhava devagarinho, mesmo na nossa algazarra, sentíamos seu carinho.
Hoje vivemos em um mundo, onde tudo é digital os brinquedos são eletrônicos, as casas não tem quintal.
As crianças de agora esses momentos não tem, nem conhecem as brincadeiras, que nos faziam tão bem.
Quando a mamãe chamava, o banho era de bacia, esfrega aqui e ali, até ficar bem limpinho, depois sentávamos à mesa pra um jantar bem quentinho.
Na hora de dormir, fazíamos uma oração, todos juntos em silêncio, a Jesus mamãe pedia, que não nos faltasse nada e abençoasse o novo dia.
Não pensávamos no passado, pra nós ele não existia, no futuro também não, pois ao bom Deus pertencia.
Tempo bom de antigamente, hoje é tudo diferente. Lembro-me com saudade de minha primeira professora, da escolinha da Vila, a amada D. Eulyra.
Depois de fazer a lição, nos levava a um galpão, onde fazíamos ginástica nos ensinava artes e a cantar no Orfeão.
Passava-nos os valores, a Deus e ao próximo amar.
Sobre a pátria em que nascemos, ela sempre ensinava, que o Brasil era um país imenso em suas belezas, e que devíamos sempre amá-lo, pois além de muito lindo era rico por natureza.
Que um dia no futuro, aqui ou no mundo inteiro, sempre sentíssemos orgulho de dizer... Sou brasileiro.
Guardo no meu coração, essas agradáveis lembranças, dos amigos da Fazenda, da nossa bela infância.
Tempos que não voltam mais, doces tempos de criança.