Sê!7

As raízes que mantém a mente em funcionamento . Alcança-las, quebraria o encanto? este que me subordina ela?

Afinal, quando penso que adquiri o domínio das minhas emoções, depois da intimidade com o silêncio, sendo Una com a realidade, caio novamente nas mãos implacáveis do ser fragmentado antigo, aquele que aparece na foto, no olho do outro.

Nestes instantes, volto levar a sério o teatro; odeio, sinto injustiçada, até amaldiçoada pelo destino, vez outra, realizada, privilegiada por ser sobrevivente de tantos desafios.

Amo irrestritamente, isso na banguela, quando as coisas estão no voo livre, mas quando caio nos enlaces do "maia", gero expectativas, do mundo para mim , e d'eu para o mundo, dependente do querer que a divindade me sirva dos seus predicados como muletas, troca de favores por ter cedido a santidade, aguardando um lugar no céu, longe deste inferno que criamos como única realidade conhecida.

Volto à cela, dou as mãos e pés à mente para me acorrentar novamente, que continua fazer o que quer de mim.

Junto com a divindade sem rosto que passei comungar, arrasto o pacote inteiro do que fui, e o resultado do que sou e o que imagino o que pensa os outros de mim.

Assim, fico dentro desta roda viciada, sem vontade propria., alimentando a alma do que o cerebro processa, mesmo ciente que o alimento é comida artificial, combinação neuro química daquilo que o cérebro absorveu das doses de aguardente, emoções degenerativas que são fabricadas através dos sentidos do corpo.

Volto na estaca zero, na condição de animal, que defeca, procria, acasala, come igual aos outros, que vive num mundo onde prevalece a lei do maior esforço, pelo dinheiro, valor, cheirará a carniça depois de morto, veículo ambulante, dotado de átomos, moléculas, de um sistema orgânico, que desde o nascimento, começou morrer.

Mesmo assim, me rendo a este corpo, ele me revelará no tempo, é a escada para algo mais, dentro, quem sabe ser o picadeiro, palco denso da aventura do proprio Deus em mim.

O sol que aparece no horizonte todos os dias ao amanhecer, me diz que sim...tem algo mais.

Veja! Observe ele! Pode ser que eu esteja errada...mas pode que não.

Contudo, não se esqueça que este caminhar, este estar, é solitário, sem garantias.

Pode acontecer que terás vontade de ser o que era, no antigo ser de toupeira, mas não conseguirás voltar atrás. A expansão da consciência não autoriza retorno. O limite da liberdade que assumirás, será determinado por ti.

Participará do espetáculo da criação.

A vida terá a cor e o contorno que criardes. Que tal?

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 01/05/2018
Código do texto: T6324411
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