Culpa;

Te amar era uma das coisas que eu mais gostava. Te amava em cada riso. Em cada respiro teu, eu te amava. Te amei em cada palavra, em cada beijo, em cada olhar.

Em pequenos detalhes te amava, sem chegarmos nunca a ser algo grande. O amor não é quilômétrico, por mais que esteja distante. Sempre tivemos coisas diminutas, que nos bastavam para nosso amor diminuto; para nossa casa distante e perdida, de 10 metros quadrados e teto baixo. Nos bastavam as cobertas diminutas, a lareira diminuta, e a cama extremamente diminuta. O tamanho de nosso pequeno amor, nossa pequena gota que enchia o balde, o nosso ponto que nunca era ponto final, porque isso aprendemos, que as coisas, por mais pequenas que venham a ser, nunca têm fim se há alguém que as recorde. No entanto, não foi suficiente. Nunca conseguimos nos amar em grande, a encher um balde e outro balde e outro balde até derramar o amor pelo chão e molharmos os pés.

Buscar culpados sempre me pareceu um gesto covarde e eu errei contigo de ambas as coisas. Quando tive mais vontade de estar contigo que comigo me assustei, e o medo é silencioso, meu bem, como uma bala que atravessa o ar e você apenas ouve quando te acerta; <quando te mata>; e então já é tarde demais.

Assim passamos, assim se apagou nosso fogo, a chama que se foi por que a distância tem isso: poder. E demasiado, demasiado violento. Apenas houve lagrimas. Tentativas. Apenas nos demos conta. E eu que sei que, de um dia para o resto da vida, passaremos de ter tido a tudo e a de não quere-lo mais, a não amar.

E a culpa? Ah, a culpa. Nem tua nem minha, a culpa compartilhada é aceita muito melhor. O único que sei é que senti tanto tua falta, que só agora me atrevi a escreve-la. E assim encerrar mais um capítulo do nosso amor:

<Com um final de merda.>