Deixa disso

Deixa disso, dessas conversas que não dizem nada, mas que você acha que dizem tudo.

Deixa eu te dizer uma coisa: você não acredita em mim, não confia em mim. Perde-se em tuas desculpas infindáveis, que acabam esvaziando-se numa total incompletude do nada.

Eu não queria muita coisa, mas queria que você estivesse perto, pra que eu pudesse olhar nos teus olhos e não te dizer nada.

Não preciso te dizer nada, na verdade, a mim, só me bastaria o fato de te dizer com os olhos, de te dizer que preferiria morrer a ter de trair tua confiança.

Deixa eu te dizer uma coisa, pois acho que não te disse o suficiente: será que vês o quanto há de lealdade em meus olhos?

Será que minha voz seria suficientemente capaz de te dizer mais do que diz o meu olhar?

Não acreditas...

Olhe bem para eles e veja o quanto te admiram, o quanto se fazem brilhar numa cristalina e verde esperança de que um dia deixarás disso!

Se tu, não acreditas neles, em quem mais poderias acreditar?

Em minha voz que muda de tonalidade a cada palavra que tento dizer, para que tu possas acreditar em mim?

Não, agora sou eu que não acredito nelas. “Palavras são falhas, os olhos não.”

Deixa te dizer mais uma coisa: acredito que tu hás de um dia acreditar em meus olhos, já que, minhas palavras não te dizem muita coisa e, de certo, não te fazem acreditar numa verdade concreta, mas que talvez esteja distante do teu entendimento ainda e da possibilidade de acreditar em algo que é real.

Ora, pois... deixa disso... mas deixa logo, antes que acabe eu, deixando-te.