PROSA POETICA DIANTE DA BRISA SUAVE NA TARDE

PROSA POETICA DIANTE DA BRISA SUAVE NA TARDE

Nao ha porque nao te deixar fluir de mim, de minha alma tendente a escrever versos e prosas um tanto ocasionais, nobres versos que emergem agora, e que daqui a instantes alguns leitores poderao os apreciar, lendo-os, talvez distraidos com a passagem lenta da brisa suave na tarde, trazendo o perfume das flores silvestres que adentra pela janela entreaberta, e sem saber por que, quem sabe, agindo pelo simples instinto exalado do olor vegetal, foi impregnar a pagina eletronica, ocupada com os versos ou prosa poetica que vao sendo construidos, pela inspiraçao instantanea natural da alma artistica que nao consegue ficar sem escrever. Digo ocasionais, porque a inspiraçao ou a irresistivel vontade pra escrever, me vem a qualquer momento, diante de qualquer aspecto do cotidiano diurno ou noturno da vida, das coisas que vejo ou sinto, sem que o dom da escrita se recuse a registrar o fato existencial. Se o pequeno passaro pousa no fio eletrico, acho interessante ele nao temer eletrocutar-se, correndo o risco de pousar num fio desencapado, por exemplo, da janela do meu quarto ou da porta principal da casa, que fica recuada quatro metros do muro e do portao metalico que fecham toda a sua frente, vejo-o sacudir-se em rapidos gestos, virando-se a todo momento, de frente e de costas para a minha visao privilegiada, e de repente, como a querer que eu me inspire pra compor um poema, uma prosa, ou uma letra de musica, ele começa a cantar, a cantar, a cantar... E realmente, ele parecia querer que eu viajasse em minha fertil imaginaçao literaria, porque nao mais o via, so o ouvia, e me deixava envolver distraidamente pelo seu sutil canto melodioso. Num outro momento, uma lagartixa, grudada verticalmente na parede do muro, sente dificuldade de abocanhar a sua presa, um pequenino besouro, para alimentar-se, porque uma de suas patas dianteiras esta ferida, impedindo-a de ser mais agil em seu intinto de caçar o sustento. Aqui onde moro (sou natural do sul baiano, mas moro atualmente na regiao do reconcavo no mesmo Estado, mais proximo da capital, e entrada para o grande sertao baiano e nordeste brasileiros), apos a quentura do estio, começou a temporada das chuvas outonais. A temperatura esta mais fresca. O sol e a chuva se alternam, nos brindando com as suas imperiosas presenças naturais. Tem chovido bastante esses dias por aqui. Nao sao chuvas bem torrenciais, como os fortes temporais, acompanhados de trovoes e relampagos, que geralmente causam grandes transtornos e prejuizos diversos, mas caem com uma certa intensidade, gerando alegria ao homem do campo, enchendo os rios, as nascentes, os açudes, os tanques naturais e artificiais, e claro, umedecendo, fertilizando o solo (a agua da chuva e o melhor adubo natural para as plantas), fazendo com que elas vicem e floresçam, e os bons frutos sejam colhidos. E o tempo, nesses amenos dias de outono, fica assim, ora chove, ora faz sol, numa preparaçao a fria estaçao invernosa que vem por ai... A tarde vai passando, e o sol morno, agora dar lugar ao tempo nublado com prenuncio de chuva. Pequenas poças d'agua se acumularam na area lateral da casa. O tempo começa a esfriar. Um friozinho gostoso de ser sentido. Incomodo pra quem e friento. Prazeroso pra quem nao o e, e gosta de senti-lo refrescando o corpo, se nao e tao intenso, como em algumas regioes mais frias aqui do estado ou do pais. Agora, um gato passa e para diante da porta que da acesso a area livre lateral da casa. Olha pra mim, com os olhos amarelados e penetrantes. Solta alguns miados. Parece querer alguma coisa. Talvez esteja com fome. Ameaça entrar na casa. Porem, eu nao o deixo entrar. Eu gosto de animais. Ja criei cachorro e gato. So que, no momento, nao crio nenhum deles. No entanto, e comum alguns gatos supostamente sem donos ou residencias fixas, andarem perambulando por aqui, tanto de dia como de noite. Dias atras, era ainda bem cedo, quando eu despertei, e ouvi um miado estranho. Me levantei e vi pela janela lateral, um gato malhado passando. Silenciou e depois miou de novo. Sem sair pra ver o que ocorria, fiquei apenas com os ouvidos atentos, aguardando que miasse de novo. Nao sei por que, nao miou mais. Achei que tivesse ido embora. Mais tarde um pouco, quando me levantei, para iniciar as primeiras atividades na casa junto com minha amada esposa, abri a porta do fundo e sair pra reparar ao longo de toda a area livre da casa. Para a minha decepçao, vi o tal gato malhado estirado proximo ao portao. Corri pra ve-lo. Estava morto. Chamei minha esposa pra constatar a fatal ocorrencia. Nao havia nenhum ferimento nele. Ela me disse que alguem deve ter dado "bola", algum alimento com veneno pra ele comer e depois morrer. O ser humano, infelizmente, ainda e muito maldoso. Mata gente com muita facilidade, quanto mais um pobre animal indefeso. Peguei de um saco plastico grande, pus ele dentro, e o fui jogar mais adiante, num grande terreno baldio coberto por espessa vegetaçao agreste. E por agora, a prosa poetica aqui acaba. Mas depois tem mais, caro leitor. Quem escreve, age assim. A qualquer hora, de qualquer dia ou noite, ha sempre diversos assuntos, simples que sejam, que o escritor, movido pela inspiraçao, criatividade e o trabalho artesanal meticuloso com a linguagem poetica ou prosaica, materializa a admiravel e genuina arte literaria, nao so para seu proprio deleite, mas sobretudo, para apreciaçao e deleite do nobre leitor.

Escritor Adilson Fontoura

Adendo: alguns assuntos nao estao postos,

porque duas teclas estao defeituosas.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 30/04/2018
Código do texto: T6323366
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