O VERSO VEM

O VERSO VEM!

O verso vem, mesmo que nao o queira naquele momento. Na verdade, nao e que nao o queira, eu sempre o quero, mesmo que tenha alguma preguiça de o escrever. E que as vezes, ele descamba tao celere da colina da alma, que nao da nem tempo de o analisar, de o encadear, de o construir melhor, de lhe dar, por exemplo, um cunho espiritual, pensando num amigo desencarnado que o deixei vivendo feliz numa dada colonia espiritual, a espera que o visite de novo, no fundo dos meus sonhos, em meus desdobramentos astrais, tendo que voltar ao meu corpo fisico, para continuar com as minhas obrigaçoes carnais. O verso vem, as vezes querendo falar de morte, hesitando acerca do que vem depois dela, como se as coisas do alem-tumulo inexistissem. Mas tudo o que faz parte da lei de Deus e eterno. E voce, verso, continua vindo. No entanto, lhe surpreendo, dizendo-lhe que se oriunda de onde vou apos a morte. Entao, pra que me preocupar, se sou tao intimo das coisas que me vem depois dela? Se a ensaio a todo instante (sempre gosto desse ensaio), pulando o muro fragil, sutil, cuja funçao, de divisor temporario, faculta-me sempre transpor o portal que me leva a vida eterna. Ah, verso, eu sei que voce gosta de emergir, pelo simples prazer de dizer-me, que de onde voce vem, a vida e infinita, e que Deus sempre esta la, me esperando, na infinitude das coisas eternas. Acaso voce pensa que a minha ignorancia ainda e tamanha, que nao estudo a espiritualidade, que nao tenho nenhuma compreensao

e intimidade com o mundo dos espiritos desencarnados, que nao passeio nem interajo com as almas do outro mundo, que ja morri tantas vezes, quem morre sao os corpos carnais, e que vou continuar morrendo e continuamente sobreviver como espirito eterno? Eu sei que as vezes voce brinca, caçoa, me instiga, testa o meu pendor a escrita, o meu gosto refinado pela arte literaria, a minha inspiraçao mais ou menos instantanea, os meus ouvidos um tanto aguçados as intuiçoes construtivas que me chegam dos mentores espirituais. Eu sei que voce nao se ocupa em me explicar, acerca do tempo, se sera curto ou longo, so sei que, enquanto encarnar, por mais que viva, nao sera longo, entre a vida e a morte, porque nao lhe cabe, e sim a Deus, ate porque, longo e infinito, e a vida do espirito em sua eternidade. Por que voce nao me diz que tenho toda a eternidade pra escrever? Que em cada simples instante, eu escrevo um pouco do que voce me concede em versos que fluem do meu casulo espiritual, do qual, ainda tenho tanta coisa pra retirar, e jamais retirarei tudo, porque o muito, nao o tudo que penso em retirar, sera sempre relativo, concernente ao tudo e todo absoluto de Deus. O verso, assim, me entendeu e se calou. Nao me disse mais uma palavra. Respeitou o meu instante de finalizar o texto. Voltara certamente noutro momento, com novos versos, novas prosas, novas ideias, novos desafios literarios, exteriorizando de minha alma, a riqueza interior, repleta da luz divina, que me edifica e me ilumina, por enquanto, os nobres objetivos existenciais regenerativos.

Escritor Adilson Fontoura

Adendo: alguns acentos nao estao postos,

porque duas teclas estao defeituosas.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 28/04/2018
Reeditado em 08/05/2018
Código do texto: T6321239
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