Maria Clara

era uma manhã quente como todas as outras na cidade sinônima do clima infernal. Clara, não queria sair da cama, pois as cortinas empoeiradas cobriam o sol avermelhado matinal. não havia aula. trabalhos a fazer. séries a serem acompanhadas. Absolutamente nada. Então ela resolve sair para ver o que acontece, porque seus pais acordaram gritando? as vizinhas com músicas estúpidas e o cachorro levemente adulterado com uma ração recheada de entorpecentes. Ela nota que tudo está igual. Menos suas emoções, não havia tristeza alguma, razões para um êxtase de felicidade? Também não tinha nenhuma! Mas ela parecia diferente. Ao certo não se sabe se trata dos sentimentos ou as velhas ocasiões que só os momentos trazem. Eis que recebe um convite, indiscreto, mas não indecente. Daqueles de passar o batom nos lábios e depois no rosto de um garoto imprudente, daqueles de ajeitar o cabelo pondo uma cor diferente, daqueles de escolher uma roupa curta, mas não exigente. Com as luzes rasas das velas iluminando o necessário para o ambiente. Com um clima de "gostar" e de se "entregar" que o cenário envolvido permitia que ela sentisse sem desconfiar. Com um belo presente em uma noite cujo a lua por pouco não explodia de tamanha comoção com sua beleza. Pena que não foi dessa vez. O garoto a chamou para conversar, em uma sorveteria barata, chegando de bicicleta com a calça rasgada, com óculos de janela e camisa folgada. Mas com o sentimento que talvez para Clara, estivesse em escassez, uma dose de paixão em cada toque, de amor a cada troca de olhares, de vergonha a cada retribuição de elogios, de frio na barriga a cada tocar dos lábios, de alivio a cada fim de abraço, de satisfeita a cada pegada. E o garoto, apenas o de dever cumprido, naquela noite fria, o que aquela garota merecia, um pouco de paz, alegria seguidos por uma boa companhia.

Alves Soares
Enviado por Alves Soares em 27/04/2018
Código do texto: T6320991
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