Sê! 3
Nunca "palavreei" tão gostosamente, como neste tema! Ser.
Se fosse para trazer a luz de vossas consciências, diria que aqui, sinto como as gaivotas ao final do dia retornando ao lugar da pernoite.
Pode ser m'alma anelando alcançar a alforria de si mesma nesta existência.
Sabe aquele cantinho que sempre Tu quis, e nunca o procurou? te espera, todinho seu. Mesmo que para ficar alguns instantes, mas teu.
Na soleira da porta sentado, ou numa preguiceira, até mesmo esticado numa cama, ou sentado na cadeira buscando a quietude da mente. Fará o que há muito seu ser pede, ele bate a porta para sair.
Pode ser no debulhar milhos de um sabugo, refletindo sobre a soma dos amores conquistados e deixados, apaziguando as tristezas que te fez ou faz chorar, ou ainda saboreando ter sobrevivido a dor, festejando com a indiferença o fato de estar satisfeito com o assistir o espetáculo nefasto do mundo.
Mesmo que sejam estas brincadeirinhas que levamos como sérias o motivo da parada. Pare!
Se tiver um pouquinho mais de paciência, depois de tudo isto passar, aguarde mais uns instantes, se permitir relaxar, sentira que algo dentro começará soltar, sentirá por alguns instantes uma tênue divisão de si para si, pois até a mente cansa de ser.
Se sobreviver a própria mente, depois de respirardes até esquecer que está respirando, de tanto que pensa, , pode ser que distraia nisto, dando um drible em seu ego, esquecendo que pensa, e que respira, e como num magnetismo, sentira que É Um, esquecerá que tem corpo, até o passarinho que assoviar, e o grilo com seu som, cantará dentro, fará parte de Ti.
Quem sabe aí começarás a sentir, assistir a si mesmo estando, sendo.
Não queira dentro te ver como se olha no espelho. Aguarde, no silêncio, serás visto por si mesmo, como o sol no amanhecer é percebido despontar no horizonte.
Até aqui posso vir, doravante, serás Tu que seguirá.
Arrisque! Tente Ser!