Madrugada de outono
Em vigília na madrugada de outono, sigo imerso nas brumas da insônia.
Enevoadas recordações de outras estações me assaltam,
qual locomotiva Maria Fumaça trazendo os vagões de madeira,
carregados de saudades, nos trilhos da Estrada de Ferro do Destino.
As Estações do Tempo são previsíveis,
não as Estações Vida, incertas como a paisagem após
cada curva da Planície das Dores,
do Planalto dos Sonhos Desfeitos ou da Serra da Esperança.
Respiro fundo, resisto e busco a Luz.
Transmuto, flutuo, viajo no espaço orbital,
vislumbro galáxias.
Amanhece.
Por vir mais um renovador e alegre dia.
(Juares de Marcos Jardim - Santo André - São Paulo-SP)
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