O BAILADO DA CIGANA por Lette Santos
O BAILADO DA CIGANA
Lette Santos
A cigana bailou
Na praça de Andaluzia
Seu universo girou na ponta de seus pés
Sua sandália quebrou , sangue jorrava de pés cansados,
Tingindo o chão com as cores do seu coração
E girava ...girava , batia palmas que assustavam os fantasmas de sua desilusão.
Chorar não se permitia ,
Ela era forte, a cigana mais bela, e sorria .
Sorriso encantador, foi assim que conquistou o amor de sua vida., sorrindo.
Chorar não se mais se permitia .
Amou o impossível gadji que se foi para outras terras,buscando outros sonhos,
Pois a cigana lhe era proibida.
E a bela mulher, girando, dançando...
Não se permitia amar...sonhar...somente, dançar..
Uum belo dia a feiticeira da tribo
Olhando para o céu,assim falou:
Cigana, as estrelas estão a me contar, teu gadji vai voltar...
E não poderás mais dançar!
Se queres, fique e baile na alegria, senão vá com ele e...
Esquece tua vida livre,esquece o bailado nas praças de Andaluzia.
Viva nos sombrios castelos de mármore ,
E esquece a natureza da qual és filha!
Assim falou a velha cigana,
Com a experiência de centenária idade
E a bela cigana despertou para sua realidade
Secou o pranto,sorriu para as estrelas,
Esqueceu de tudo, de si, das amarguras que a acorrentavam
E voltou a bailar...bailar...sorrir e bailar!