Ao Abrigo da Escuridão
"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro.
Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha para você."
(Friedrich Nietzsche em Além do Bem e do Mal)
Há algo que acontece comigo e que não posso desvendar...
Desde que pela primeira vez ouvi teu suspiro, teu espírito parecia gritar.
Quem és, pois, homem atormentado que andas a vagar?
Por que tantas dores?
O que se esconde em teus rancores?
Por que não consegues flutuar?
És denso, misterioso e profundo.
És homem que por vezes enxergas demais o que é imundo.
Não maltrates assim tua alma tão sofrida.
Teu peito, sei bem, sangra às escondidas.
O que ganhas enxergando na vida tanta dor?
Esquece tudo isso!
Deixes que teu peito grite de Amor.
Beleza fluorescente.
Diamante que na lama resplandece.
Podes até não ver o sol nascente,
mas sei que teu coração é clemente...
E em nome dessa luz que em ti pulsa e não mente...
Pela caridade que, apesar da tempestade, em teu peito floresce...
Peço a Deus que te proteja em minha prece.