ADEUS

A morte anda rondando a nossa família. Mal enxugamos as lágrimas de uma perda e outro adeus se abate sobre nós, impiedosamente.

Ainda ouço o desespero do filho mais velho com apenas 12 anos: "_Quero minha mainha...". Ainda vejo os outros dois pequenos (um com 3 anos e 8 meses e outra com 1 ano e 8 meses) brincando no terreiro sem entender que daquele dia em diante não teriam mais mãe. Vejo meu irmão caçula, em sua dor silenciosa, só deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto a cada abraço ou palavras de pesar.

Era uma cena dolorosa, de consternação que produziu em cada um de nós uma tristeza profunda.

Ela era um exemplo de coragem, de alegria, de esperança. Desde que a doença foi descoberta, nunca presenciei seu desespero. Eu sim, muitas vezes me escondi pra que ela não me visse chorar. Ela era uma irmã para mim e embora fosse mais jovem que eu, foi com ela e pra ela que aprendi a ser forte.

Eu lamento muito sua partida, mas sempre serei grata por cada dia em que pude compartilhar sua companhia alegre e despretensiosa.

Dizem que Deus quis assim... Mas minha dor ousa contestar:

_Que Deus tão bondoso e poderoso deixa três filhos sem mãe?

Luto pela nossa querida guerreira Cris, que nos deixou em 13 de abril de 2018, vítima de um câncer devastador.