Uma poesia geral

Uma poesia geral, um grau que não está nela, mas é ela todos os graus, imprecisos quase sempre, dá lugar a vida comum pela aventura das palavras.

Dado essa dilapidação do real, eis que o caseiro viaja, o viajante descansa e as concepções se encontram, por vezes inauguradas, são todas as viagens que podem se dar numa ída ao supermercado, que de longe são as frutas, a sociedade, o instantâneo processo de vivência, e aquela crença, no dizer e no pensar que vai além, não se contenta com o próprio corpo.

Eis a felicidade do pensamento do caseiro, que é dona de casa nos tristes segundos do supermercado, e por que é triste? Nomeia a felicidade nas máquinas da construção, sensação que se abastece de si mesmo, pensamento humano, em si, para muitos nascem os valores.

Não creio que isso seja coisa assim tão simples, aliás, o caseiro, pelo que se sabe adora uma limpeza. Ver tudo limpo é isso que ele pensa quando está no meio do trabalho, a realização de uma ideia.

Para se mover, é esfera de um temperamento variável, e quando observa nomes científicos de toda monta, dependendo do momento, se entedia com a confusão dos diagnóstico. Por um momento, põe-se a pensar:

- O que faço com um pensamento? - Já sei! Posso tacar nos outros! Pensando alto, logo é interrompido. - Estúpido, toma seus goles de choro e me mostra os de alegria.

É sempre assim na arte, pedem-se os choros para experimentarmos a alegria. É assim que há renovação, pois, como o choro dos céus, os nossos regam nossa alma que torna a girar o pensamento no termo da decisão.

Nessa de decidir, eis que rivais são todos aqueles que pensam, conjuntamente de um lado, e indefinidamente em direção ao bem. Com o caseiro não é diferente, trama contra os letrados, sei que trama.

Toda vez que sai, trama contra os da rua. Quando se encontra com os comerciantes, trama contra estes, e estes, por seu grupo trama pelos seus. O caseiro não sabe exatamente o que acontece, mas, quase sempre discute mentalmente com alguém da fila. diz ele:

- Esse valor é meu! Tenho saídas, uso-as, me afasto, calculo, mas no fim, me engano. Por que não consigo limpar, ou o que quero ao sair. Sei que tramam contra mim, mas, não tramam. Só querem minha carne, meu sangue, minha fala, minha presença, mas essa crença, todas, todas me aborrece.

- Canso!

Pingado
Enviado por Pingado em 17/04/2018
Reeditado em 17/04/2018
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