No meu pequeno mundo
No meu pequeno mundo
Não tem grandes alardes.
Mas é cheio de reis e rainhas
Príncipes e princesas.
Não aparecem na televisão e nem nos jornais do meio-dia
Mas é bastante comentado por quem tem muito valor.
Num vai e vem que não acaba
Fofoca vem, fofoca vai.
Todos são atualizados num sorriso no canto dos lábios
Num olhar para cima parecendo ver o voo imaginário de gaivotas.
Com joio misturado ao trigo
Nada aquece mais do que aquele gostoso cheiro de carne na panela
Ou do peixe assado na brasa
E dá-lhe pirão (o sabor do melhor dos pratos).
O café é pra todos os dias
Quem chega já senta na mesa com toalha embaraçada
De tanto o cotovelo empurrar.
Que venham os novos dias
Que venham as novas amizades
E, novos nascimentos que são bençãos de Deus.
Nada renova mais a vida do que novas vidas
Assim sigo o caminho considerando-me um justo
Na verdade um pecador que ama e deixa-se amar.
Um pescador amador de palavras fortes
Feitas robalos apanhados na tarrafa, nos alaga-mares da vida.
No meu pequeno mundo já sonhei com quem se foi
E tive pesadelos com quem ficou.
Provável que eu assustei mais do que me espantei.
Enfim, o meu mundo é onde eu estou.
Algumas emoções, feito migalhas, caíram ao chão
O cachorro por lá andou feito um ladrão
Só vi quando lambeu os beiços porque eram doce feito mel.
O amargor já passou, passeou comigo nesse meu pequeno mundo.
Resta ainda o folego que à Deus pertence.
Recolhido ele, sobrará fotos na parede na primeira geração.
Na segunda quadros na gaveta.
Na terceira uma vaga lembrança.
Se você não viver o dia a dia distribuindo amor e paz
Nem precisa se preocupar, ninguém vai perceber
Quando você faltar.