BEIJO ETERNO
E vestiu-se de sol para encarar mais um dia, abrindo os braços para saudar mais um milagre cotidiano, mais uma vez a estrela rei a dar suas graças, vencendo as trevas da
noite em um planeta cuja luz tornaram-se neons e outdoors a nos deixar insanos. E pôs os pés no chão, sentindo o contato com a Terra mãe Gaia, a Mãe Natureza, a fim de constatar seus segredos cósmicos, em seguida vestiu-se da túnica multicolor da vida, onde todas as luzes se encontravam no alvo pigmento de luz, irradiando todas as cores ao passar pelas águas.
Despertava incessantemente a inveja dos sábios, dos filósofos e dos governantes; mais de uma vez tentaram destruir seus sonhos, seus planos, onde já se viu esse
atrevimento?
Mais de uma vez, buscou-se o confinamento para aniquilação, extermínio; criou-se os maiores monstros, a tecnologia, o telescópio, a quebra do átomo, tentou-se de toda forma fazer com que as viagens pelos elixires da vida transcendental, as meditações e as dimensões paralelas fossem fechadas.
Mas então abriu-se asas e houve voos, sim, rasantes de anjos e seres de outras terras, os meteoritos trouxeram novas energias, as selvas e suas serpentes cipós se
estenderam sobre os crentes e os protegeram dos falsos tiranos e derrotaram seus algozes.
E mais uma vez, sobrevive, a Mística, a Sagrada Energia, a Dançarina, Xamã eterna que não se entrega, trazendo consigo seus filhos sob a luz do Sol, abaixo do conforto da Lua, a oferecer paz aos que jazem cansados e viajam pelos multiversos, entre a razão e a física, os números e os filósofos, Ocidente e Oriente, o racional e o sagrado, oferecendo repouso ao herói.
E houve um beijo eterno e breve entre o Yin e o Yang, pois todos somos criaturas e criadores; há ação e reação, há o átomo e a molécula; por que não unir as leis e as
teorias, por que não abraçar ao historiador e ao mago, pois cada homem é uma ilha e oceano, a fé e a esperança sobrevivem, entre estes mares de asfalto e gigantes de pedra e aço, juntemos a esquerda e a direita, a cruz e a espada, terá o Universo fé em nós?