Fuligem...

Aprendendo a dizer não...

E permitindo a não se permitir...

A vida alheia quer ser ventrículo...

No colo faz dos joelhos um ritual...

Pedir por desculpas banais...

Aponta...

Gesticula...

E quer refletir-se como exemplo e decepção a todo o momento...

Quem de frágil for cai na depressão, rola nas pedras úmidas do desamor...

Desaparece o seu reflexo e sua personalidade queima em tentar concordar sem segurança de se manter ereto...

E quieto calado diz que sim enterrando sua opinião na lápide respeito...

Que nada mais é que submissão...

Ao seu direito de expressão...

E definha...

E descobre-se ilha...

Num conturbado oceano...

Numa praia vazia...

Areia até o pescoço...

Uma maquina, com controle remoto em outras mãos...

E na desobediência no precipício vai cair e sem socorro vai perecer...

Como se o certo tem um coral de vozes as certezas e o errado só sua voz um monólogo solitário...

Encolhida em sua alma fica e o rosto risca-se num grande espaço nulo, e de coitado se vira um covarde nas línguas cruas de objeto julgador...

E naquela grama verde e farta em que se sentou pensa em outro dia sorriu e hoje nem sua farta grama cresceu...

E os dias lindos findaram nestes dias cinza outonais...

O desanimo nas flores crescem mais...

E maltrapilho no interior do sorriso opaco, na alma congelada que solidifica e as neves cobrem a chama que se apaga...

Perdeu-se num achado de faz tempo e se roda como um novelo de feno,

Uma fuligem...

Uma poluição...

Um pecado...

Sem absolvição...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 13/04/2018
Código do texto: T6307799
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