CONTRADIÇÕES

Há em mim tantas contradições

Quantas são possíveis caber em um único ser,

Se é que sou apenas uma, pois são tantas perguntas,

Tantas respostas desencontradas que já nem sei

Se sou resposta, pergunta ou apenas confusão.

Há em mim uma mulher madura, amiga, mãe, companheira

Que não foge a luta enfrenta a vida e todas as suas barreiras,

Mas há um ser frágil, ingênuo, quase menina,

Impulsiva, alegre, brincalhona, que quer viver seus sonhos,

Ser livre, acordar sorrindo e sem se preocupar,

Se vai chover ou fazer sol, se a gasolina vai aumentar,

Há um ser que rir, outro que chora,

Um quer ir, outro quer ficar,

Sabe que o ontem e o amanhã se resumem no agora,

Mas nem por isso desiste de acreditar no depois,

Rebela-se contra tudo para depois aceitar quase nada,

Grita alto, berra, reclama, mas cala e escuta sem revidar,

Sou tantas vezes acusação quanto defesa,

E se fico indecisa crio certezas,

Mas nunca encontrei nada nesses desencontros

Que me fizesse desistir de ir ao seu encontro,

Mesmo sabendo que a chegada já é partida

Não importa, vou até o fim desta subida.

Há em mim tantas contradições e ambigüidades,

Que juntas fazem minha singularidade.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 30/08/2007
Reeditado em 18/12/2009
Código do texto: T630557
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