Dilúvio

Os ventos sopram em todas as direções.

Formando-se inúmeros tufões de corações desesperados.

As nuvens ficam cada vez mais carregadas, pesadas.

De cor cinza passam a tremenda escuridão.

A única coisa que clareia os céus são os incontáveis relâmpagos, que anunciam a chegada de uma grande tormenta.

Os ventos ficam cada vez mais rápidos e com essa impetuosa rapidez, eles criam forças sobrenaturais, arrancando tudo por onde passam.

Não fica pasto, não fica cerca, não deixam rastros por onde passam, levam tudo para cima, para os trovões destruírem com a sua eletricidade magnífica.

O céu está irreconhecível, está tenebroso, o dia em segundos se torna uma noite sem começo, ou meio, ou fim.

Só pode se ouvir os tambores estrondosos dos trovões ecoando nas trevas dos céus tornados por furacões.

Por onde passam destroem.

Nada é deixado para trás.

Tudo é levado e destruído, esmigalhado e triturado nos gigantes tornados, girando e rodopiando sem uma direção.

Os tambores dos céus, continuam a estourar até vir a água.

Desce como navalha dos céus super carregados e cortam o chão.

Chove por dias, semanas, meses e se fazem anos de inundação.

As plantas que ficavam no alto das montanhas, são corroídas pela acidez das águas, que tão densas, continuam a descer dos céus escuros.

Na Terra, não tem mais Terra, só se pode enxergar escuridão e devastação.

Nada mais cresce ou frutifica em meio às continuas chuvas, que engolem até os mares. Nada está a salvo, nem os seres marinhos, que morrem por não ter a luz do sol. Morrem congelados, pois a temperatura despenca vertiginosamente de baixo d'água.

Nada está a salvo nesse mundo de dilúvios, cheio de trevas e vazio.

Pasmem, esse mundo inteiro, cabe dentro de um ser humano, que se esqueceu do sol e apenas se recorda dos temporais. Dilúvio, dia e noite, dilúvio.

Vinicios Gonsalo
Enviado por Vinicios Gonsalo em 10/04/2018
Reeditado em 10/04/2018
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