Cândida
Eu já não sou nada na vida. Procuro a sorte perdida
Vem me dar, a sua mão...(The Fevers)
Tudo muito estranho. Desconhecido. Naquela multidão de passageiros, só conhecia a ela mesma. E tinha lembranças
daquela menina, quando, ainda criança. Pulando amarelinha que lhe desfazia as tranças. Havia nela um tesouro. Guardado em seu encanto, em cada canto da vida. Fazia da vida um canto.
Era um poemeto que Robert lhe fizera nos tempos de marista.
Sorriu.
daquela menina, quando, ainda criança. Pulando amarelinha que lhe desfazia as tranças. Havia nela um tesouro. Guardado em seu encanto, em cada canto da vida. Fazia da vida um canto.
Era um poemeto que Robert lhe fizera nos tempos de marista.
Sorriu.
Olhou novamente através da janela do coletivo e chorou. Viu passar palmeiras, perfiladas como soldado, em ordem de batalha, batalha perdida da mata nativa de babaçual, contra a força poderosa do homem da moto-cerra. Fim dos tempos...destruição da Terra.
A hora avança.
O ônibus segue rumo da estação rodoviária. Agora, em vez de palmeiras margeando os lados direito e esquerdo da estrada, desfilam casas antigas e saúdam, sonolentas, os passageiros.
Finalmente, a Ilha do Amor é avistada.
“ Oh! que lindo horizonte, planícies e montes. Que maravilha!
E assim que guardou a bagagem no hotel, vestiu-se de praiana. Soltou os cabelos, calçou os chinelos e jogou sobre os ombros uma tanga. “Gostei de ver, ó bela adormecida.” Disse o anjo que lhe servia de guarda, desde os primeiros raios de sua existência.
Soprava suave o vento na Praia da Ponta. Ondas amenas e um sol carinhoso tocavam, delicadamente, a pele salpicada de sardas. Não tarda a onda, mansa e fresca, vem beijar os pés das morenas, ruivas e loiras. Mancebos de short e regata voam em suas pranchas na superfície das águas. A ilha parece sorrir nos azuis lenções do mar. Morgana se põe a comtemplar o céu rendado de nuvens, que chegam e se vão, carregadas de algodão e nenhum pingo de chuva. Sorrindo a onda quebra branda, no limite que o Criador impôs aos mares. Chega. Depois recua. Deixa quase nua a banhista displicente. De repente, a onda desfaz, as longas tranças da loira. E se vai.
— Morgana!
— Bob!...
— Há quanto tempo não ouço alguém me chamar por este apelido!
— Incomoda-se?
— Não, de maneira alguma! Gosto muito, faz-me lembrar o Rio de Janeiro, principalmente, os tempos de colegial no Marista.
Abraçaram-se cordialmente e o beijo que se dão os cavalheiros e as damas saiu sem prumo e escorregou no canto da boca de Morgana. Ela Ele ficou vermelho. E tremeu. E sorriu. Passado o impulso do incidente, Bob disse: “Acidentes acontecem.”
O resto foi sol e mar; praia, pés na areia, areia entre os dedos... Robert enfiava os pés na areia, Morgana também. E os pés se encontravam, sem serem vistos, protegidos por grossa camada de fina areia.
***
Adalberto Lima, fragmento de "Estrela que o vento soprou."
A hora avança.
O ônibus segue rumo da estação rodoviária. Agora, em vez de palmeiras margeando os lados direito e esquerdo da estrada, desfilam casas antigas e saúdam, sonolentas, os passageiros.
Finalmente, a Ilha do Amor é avistada.
“ Oh! que lindo horizonte, planícies e montes. Que maravilha!
E assim que guardou a bagagem no hotel, vestiu-se de praiana. Soltou os cabelos, calçou os chinelos e jogou sobre os ombros uma tanga. “Gostei de ver, ó bela adormecida.” Disse o anjo que lhe servia de guarda, desde os primeiros raios de sua existência.
Soprava suave o vento na Praia da Ponta. Ondas amenas e um sol carinhoso tocavam, delicadamente, a pele salpicada de sardas. Não tarda a onda, mansa e fresca, vem beijar os pés das morenas, ruivas e loiras. Mancebos de short e regata voam em suas pranchas na superfície das águas. A ilha parece sorrir nos azuis lenções do mar. Morgana se põe a comtemplar o céu rendado de nuvens, que chegam e se vão, carregadas de algodão e nenhum pingo de chuva. Sorrindo a onda quebra branda, no limite que o Criador impôs aos mares. Chega. Depois recua. Deixa quase nua a banhista displicente. De repente, a onda desfaz, as longas tranças da loira. E se vai.
— Morgana!
— Bob!...
— Há quanto tempo não ouço alguém me chamar por este apelido!
— Incomoda-se?
— Não, de maneira alguma! Gosto muito, faz-me lembrar o Rio de Janeiro, principalmente, os tempos de colegial no Marista.
Abraçaram-se cordialmente e o beijo que se dão os cavalheiros e as damas saiu sem prumo e escorregou no canto da boca de Morgana. Ela Ele ficou vermelho. E tremeu. E sorriu. Passado o impulso do incidente, Bob disse: “Acidentes acontecem.”
O resto foi sol e mar; praia, pés na areia, areia entre os dedos... Robert enfiava os pés na areia, Morgana também. E os pés se encontravam, sem serem vistos, protegidos por grossa camada de fina areia.
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Adalberto Lima, fragmento de "Estrela que o vento soprou."