Terminal

São pedidos

...Ou gritos?

Imploram por pão,

esmolas,

drogas

...Ou Compreensão?

Nos incomodamos com o outro

- aquele que tem fome

Mas não, com a fome do outro.

Negamos o pão

Atamos as mãos

E com a convicção do não

Limpamos o chão

Então,

Fechamos o portão

E os mandamos embora

Assim, o marginalizado fica fora

E os olhos não precisam ver

O mal odor não chega as narinas

Os ouvidos não escutam "o não ter"

A culpa não pesa,

Sem nem sequer mascarar com reza

E embarcamos

- de estômagos cheios

Nossa boca se cala

- e as apagamos:

As pessoas sem casas