TROCANDO EM MIÚDOS
Ao ouvir fogos e rojões num bairro nobre, quando Carmem Lúcia, a vampira do STF, já passado da meia noite, pronunciou o seu voto, achei muito normal e coerente. Afinal estava sendo negado habeas corpus de alguém que estava tirando a zona de conforto desses nobres, ao projetar e mostrar que tem jeito de haver maior igualdade social.
Ao provar que a pessoa tem direito e o Estado deve proporcionar condições de vida onde cada cidadão e cada cidadã possa alimentar no mínimo três vezes ao dia incomoda a elite.
Ao mostrar que cada cidadão e cada cidadã têm direitos de usarem roupas novas, melhores cosméticos, frequentar escolas de qualidade, ambientes sociais, hospitais, aeroportos, viagens, possuírem automóveis novos, etc., isso incomoda os nobres.
O que não achei coerente foram as pessoas que receberam benefícios durante oito anos através dos projetos sociais do governo, agora condenado politicamente, e não reconheceram, ou foram iludidas pela mídia golpista que as fez acreditarem numa farsa imensurável e ficarem ao lado da corrupção ativa e passiva em nossa sociedade.
Pessoas que não conseguiram e não conseguem ver que: o que está por detrás de tudo isso é um acordo da direita conservadora composta por deputados, senadores, executivo nacional, STF e elite brasileira.
Os que representam esse acordo não admitem que o cidadão comum tenha salário justo, educação de qualidade, saúde de qualidade, segurança de qualidade, emprego digno. Essa representatividade social não admite que o negro, a mulher, o homo afetivo, o quilombola, o índio, pobre, sejam tratados com dignidade. Que se organizem e sejam orientados sobre seus direitos e deveres.
A classe pobre é que sustenta o país. É ela que está em todos os lugares para servir a elite. Sem os pobres a elite fica perdida, pois ela não sabe fazer o que o pobre faz e se sabe tem vergonha.
Ninguém quer ser pobre, mas a maioria dos pobres não quer ser rica, quer ter dignidade de vida. O que venha a ser dignidade de vida? Comida na mesa, roupa nova, casa própria, carro na garagem, emprego seguro, salário que lhe dê poder de compra, lazer, escola de qualidade, saúde de qualidade, segurança de qualidade.
O pobre quer frequentar uma faculdade, quer se formar, quer contribuir à altura para o crescimento do país. Pobre não quer ser escravo, ser tratado como inferior, ser humilhado pelo nobre. E isso é uma afronta à nobreza e aos que adoram quem é nobre.
O prisioneiro político de hoje procurou em oito anos fazer com que essa ideia acima citada, tornasse uma realidade para a classe pobre do país. E começou a dar certo. O tempo foi pequeno para um projeto tão grande. E foi aí que a nobreza reagiu. Se esse estadista voltar, o que será de nós? Pensou ela.
Nesse momento da história é que a elite conservadora começou a agir, através de deputados, senadores, STF, grande mídia, em especial a Globo, para desmoronar essa ideia de erupção social no Brasil. Para a elite conservadora direitista, base da pirâmide não pode mudar de degrau, pois é ela quem a sustenta. E esse cara sabe como fazer para a base da pirâmide ficar forte e poderosa. Nós não vamos admitir que esse projeto de governo seja aplicado de novo em nosso país, em linguagem bem simples, foi o que a elite conservadora e direitista articulou.
Como ela não tem a maioria, pois basta ver a aceitação do condenado sem provas nas pesquisas, ela optou pelos que tem o poder nas mãos e também estão insatisfeitos, pois eles também são ameaçados por esse tipo de poder que valoriza o pobre e promove maior igualdade social.
Então, a parcela dessa classe social menos privilegiada que comemorou a condenação, eu só tenho a dizer uma coisa: Tenho pena! Da classe nobre elitizada que manipulou a classe desprivilegiada eu tenho é muita raiva mesmo, pois essa nobreza conservadora sabe o que está fazendo, e não tem um pingo de amor ao país, é adoradora do próprio umbigo. Pelo poder ela é capaz de passar um rolo compressor por cima da mãe, do pai, da família, dos amigos, enfim, ela é inconsequente!
É isso aí!
Acácio Nunes