MILLENIUM
E se as pessoas de repente se abraçassem dessem as mãos qual crianças a brincar
[se beijassem
sob as nuvens de um alvorescer púrpura
ou de um luar místico e sagrado
decretando a união da ciência e da religião
um afago da direita com a esquerda
preocupadas apenas em seguir em frente
as águas sob o tridente de Netuno
se unissem com os exércitos de Marte
e forjas de chama de Hefesto
talvez com Aristóteles a dialogar com Marx e Mises
Che arrependido a pregar paz
então talvez os homens se vestissem com túnicas de espiritualidade
as mulheres com glitter e estrelas
numa rave fluorescente entre partículas e ondas
libertando possibilidades em outros multiversos
lá onde a carne e o espírito são uma alma
numa ilha de vegetação luxuriante
lado a lado com a tecnologia quântica
onde a comunista de iphone se enamora pelo dono dos maiores bancos
e a ovelha se diverte com a víbora
sem que o cervo fuja do leão
para dentro das florestas densas da existência
porque a água e o fogo se casam formando uma vida em comum
nós filhos da natureza e da tecnologia
sem mais jazer presos nas sombras das cavernas ou luzes de neon
e o céu cinza seria apenas sinal de chuva
não de dor ou miséria
vem
vem contemplar este futuro que respira agora como gota d'água
neste oceano de chamas chamado realidade
pois se há universos paralelos
nossos destinos desunidos podem se unir
quem não ri agora chora mas um dia em outro lugar há de ser feliz