COBRA-ME
Teu beijo, veneno, me matou. Tua língua-cobra, de sabor amargo, entrelaçou meu ser. Matou-me. Senti cada arrepio após aquela picada fatal, senti a pele esquentar e esfriar, como quem não sabia ao certo como se portar ao tempo, senti o corpo se contorcer, gemer, implorar, senti cada gota do teu veneno escorrer pelos meus lábios, que cansados de lutar se dispuseram a descansar deitados, melados, excesso de toxina. Tóxica, e preparada pra morrer em ti, afundei-me no delírio, alucinado, exaustivo. Gozo.