PEDRINHA FOSCA
Você quis me conhecer e fui o seu encontro.
Quando andava pelas ruas, você passou por mim,
em sentido oposto ao meu.
Lançou um sorriso ao vento e seguiu à diante sem me perceber.
Você naquela tarde de verão, trajava calça preta, blusa de mangas curtas,
sendo azul na frente e preto atrás.
Calçava sandálias rasteirinhas, tinha os cabelos amarrados com um prendedor de cor rosa claro, e ainda, portava um fichário escolar de cor clara, combinando assim com o prendedor de cabelos.
Confesso que fiquei encantado diante de tanta beleza feminina.
Você de fato é muito linda e encantadora.
Porém muito jovem e imatura, pois ao telefone você disse querer me conhecer.
E quando finalmente chega este dia, você, foge de mim como criança.
Se recusando ir a meu encontro.
Eu até que compreendo sua atitude, por se tratar de uma quase adolescente.
Só não consigo entender, os motivos pelo qual conversava comigo ao telefone, com tanta doçura e meiguice, sendo que não havia nenhum sentimento por mim.
Se você queria brincar com meus sentimentos, deveria ter sido um pouco mais objetiva, para que eu não me enganasse tanto com você.
Pois, fui em busca de um brilho raro, e o que encontrei foi apenas uma pedrinha fosca.
Esperava encontrar uma mulher de cabeça feita e objetiva, e o que encontrei foi uma menina, que passeava distraída pelas ruas.
Tão distraída que foi incapaz de me enxergar à sua frente.
Mas, as coisas são assim mesmo.
Não há sonhos que não se acordam, e a esperança diminuída só nos finda nossos ideais.
Quem sabe o tempo a fará refletir um pouco mais sobre os novos horizontes?
Nova Serrana (MG), 29 de novembro de 2004.