A Pedra
A Pedra
E cada vez mais eu admirava a beleza da paisagem que se vangloriava depois da tormenta, que por momentos me cegara.
Tão absorta estava, que não a vi e tropecei. Nem um ai, pois me senti de tal forma ligada a ela, como se dali pra frente eu fosse responsável pelo seu destino. Apesar de para tantos, sabe se lá quantos, não passar de uma simples pedra, como LAPIDÁRIA vislumbrei algo precioso em seu interior.
Decidida, me recompus para a jornada, e a levei comigo.
Depois de um tempo percebi que, já não dava tanta atenção ao que ocorria em redor, tamanho cuidado tinha com ela. O sacrifício de carrega-la me impedia de ver como antes. E mesmo quando tentava repousar, me recostando nela, me levantava cada vez mais cansada e dolorida.
A essas alturas eu já me apegara a ela, e sofria só de pensar em deixá-la para trás.
A carreguei por mais um tempo... até que entendi: " Sou frágil demais para um peso tão grande. E talvez o valor da pedra preciosa que sei estar cravada em seu interior, seja um preço alto demais a pagar, pelo tempo que passei pela vida sem apreciar".
Aprendi que, pra nos tornarmos sábios é preciso fazer boas escolhas. E que só as fazemos, depois de descobrirmos que fizemos as más.
Assim, voltei e devolvi a pedra onde a encontrei. E como a água, a estou contornando e retomando minha jornada.
Um pouco mais lenta, devido ao cansaço, um passo por vez para resgatar o que perdi enquanto carregava a pedra.