E a palavra em mim

Nonada. Nina. Eis que a palavra em mim se fez carne. Dela, da pura palavra, eu que nada sabia. Com a palavra, eu, homem apenas animal vivente, me faço gente. Sou palavra. Sou em palavra, algo que se descobre história, minha história. Nina, que só em palavra diz o que sinto. Me sinto de Nina, da palavra Nina, eterno depende. Nonada? Nonada sei que é não. Mas palavra nonada ora se sei. Flor, capim, sabiá, pardal, milho, boi, terra. Tudo sei que é. Mas palavra sabia ler não. Agora que ler letras e palavras sei, meu Deus, sou rei do meu reino!