DIVAGAÇÕES NA BOCA DA NOITE
Cai a noite sobre todos os silêncios.
Pálida chama de um lampião, desenha em retângulo uma janelinha de madeira.
Emoldura entre as formas, um rosto de mulher.
[ Nem alegre, nem triste. Parece resignado,apenas ]
Nuvens abafadas denunciam tempestade.
De quando em quando um risco luminoso crava-se em punhal ,num céu grávido de chuva.
E um trovão, rouco de distância, soa dolorido feito coiote vadio nas brumas da madrugada.
Andam ao vento,acordes de um violão.
[ Desentoado, ainda que...Apaixonado ]
Centenário pinheiro ao redor da casa acolhe entre os braços, asas itinerantes,
Franzinos , os braços, harpejam no breu da noite, canções de araucárias.
A tensão pré tempestade assola a aldeia desolada.
[ Há um rosto rastelando no olhar o espaço pastoso do céu ]
Aves albergadas, solidárias , espreitam do alto
A solidão da mulher na janela.
Aos primeiros pingos , ergue-se do cháo a essência da terra
E a janelinha se fecha para um céu em trabalho de parto.
Joel Gomes Teixeira
Cai a noite sobre todos os silêncios.
Pálida chama de um lampião, desenha em retângulo uma janelinha de madeira.
Emoldura entre as formas, um rosto de mulher.
[ Nem alegre, nem triste. Parece resignado,apenas ]
Nuvens abafadas denunciam tempestade.
De quando em quando um risco luminoso crava-se em punhal ,num céu grávido de chuva.
E um trovão, rouco de distância, soa dolorido feito coiote vadio nas brumas da madrugada.
Andam ao vento,acordes de um violão.
[ Desentoado, ainda que...Apaixonado ]
Centenário pinheiro ao redor da casa acolhe entre os braços, asas itinerantes,
Franzinos , os braços, harpejam no breu da noite, canções de araucárias.
A tensão pré tempestade assola a aldeia desolada.
[ Há um rosto rastelando no olhar o espaço pastoso do céu ]
Aves albergadas, solidárias , espreitam do alto
A solidão da mulher na janela.
Aos primeiros pingos , ergue-se do cháo a essência da terra
E a janelinha se fecha para um céu em trabalho de parto.
Joel Gomes Teixeira