JANELA DA VISÃO

Pela janela de meus olhos, eu vejo um mundo.

É um mundo diferente do que estou vivendo,

É um mundo colorido e de sonhos lindos.

É um mundo de paz e de harmonia.

Pela janela de meus olhos,

Vejo além da realidade presente.

Vejo um mundo por demais diferente,

Onde as coisas não são como são,

Mas sim como a gente quer.

Este mundo somente os poetas podem

Sentir, ver e viver. Ele é imperceptível aos olhos profanos.

Pela janela de meus olhos,

Vejo um mundo de irreal encanto,

Em que os sonhos têm formas dimensões e cor.

Em que os pensamentos voam livres,

Até onde chega a minha imaginação.

Pela janela de meus olhos,

Transformo o feio em bonito, o bonito em belo.

Pela janela de meus olhos,

Pinto a fome, a miséria com a tinta ofuscante da fartura.

Pela janela de meus olhos,

Transformo as árvores esqueléticas e mortas,

Do nordeste, em arbustos frondosos e sob seus troncos,

Repouso minha cabeça, ainda ardente pelo sol abrasador

Existente, antes de penetrar-me pela janela de meus olhos.

Pela janela de meus olhos,

Fujo deste mundo louco, cheio de desencontros,

E me encontro no encanto,

Além do umbral da janela de meus olhos,

Que é a janela da visão.

Alagoa Grande-PB, 22/09/86

FSFonseca
Enviado por FSFonseca em 21/03/2018
Código do texto: T6286926
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