Sabores

O portão meio aberto ela acenava convidando-me...

Pulei a janela e correndo ao seu encontro a perdi...

Escondida numa sombra não a percebi, e sorria...

Brindei meu sorriso e acompanhei em seu caminho...

Areia quente fritava meus pés, e pulando em cada sombra pelo chão...

As árvores distribuindo suas sombras, em suas distancias o sol banhava seus raios nesta areia carvão da terra...

Ela desapareceu num terreno com mato e todas as plantas que desconheço e só uma delas perfumava sua fachada...

O cheiro verde com sabor cítrico e um tempero de anis suave e doce...

Entrei com cuidado muitas árvores, seus caules finos me obrigavam a desvia-los até quase de joelhos...

Seu chão parecia úmido, muitos feixes de raios do sol cortados pelos galhos e folhas, fazia aquela areia uma farofa de galhos, folhas murchas e gravetos esquecidos ali á muito tempo...

Embora um vento fraco e frágil passeasse comigo num bailado de notas diferentes em assobios...

O som de água em braçadas lavadas, espirradas e calmas...

Entre aquelas favelas de madeira vivas que recortavam a imagem logo adiante um pequeno olho de água...

Já sem gravetos, mas saches de folhas úmidas na areia molhada, água escura naquele pequeno lago você se refrescava, boiando ao centro me convidava a entrar naquela calma água...

Escura água, uma xícara de chá natural...

Minha mão em forma de cuia lavou meu rosto naquele bálsamo de ervas adocicado mente leve gelada...

E você sorria e desaparecia...

Assim fechei meus olhos e continuava a ver o portão meio aberto da janela de minha varanda...

Com o cair da tarde...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 20/03/2018
Código do texto: T6285730
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.