Ficções da realidade

Arco íris cinza no horizonte escuro,

depois de tempestade nos sonhos.

Choveu torrencialmente e as encostas do pensamento

se fecharam de lama e lixo.

A enxurrada lavou o chão da pele,

mas deixou umidade no íntimo.

E ainda desce água dos olhos...

O vento varreu folhas e areias,

trincou galhos, mas deixou saudades nos cabelos.

Vai-se o dia sem olhar para trás,

sendo carregado por brumas densas de vapores sem emoções.

Deixa-se ser engolido pela noite

que o degusta com dentes pontiagudos.

Murmúrios após ternura, porque nem tudo são flores.

Vão-se as coisas e as pessoas; Ficam as sombras sem donos.

Solidão maltrata quando regada de dores e lamentos.

Estrelas apagadas esperam um sol,

no gigantesco terreno do céu.

Sons de violino choram eternizando músicas sem tom.

As lápides ouvem silêncio e confidenciam danças sem ritmo.

E ainda desce água dos olhos...

Vida sem brilho, as ficções da realidade!

Takinho
Enviado por Takinho em 20/03/2018
Reeditado em 26/12/2018
Código do texto: T6285234
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