Enquanto a musa dorme
Às vezes tarda-me a inspiração.
Então fico algum tempo passeando pelos meus textos,
como um jardineiro passeia pelo seu jardim, ou um pastor
entre seu rebanho. Surpreendo-me às vezes. Não por achá-los
belos, mas pelo que parecem dizer sobre mim mesmo. Outras vezes me pergunto, se escrevo por vaidade ou por achar que meus versos poderiam ser de alguma utilidade para alguém, alem de mim mesmo.
Depois penso que as poesias são como as flores e as arvores que não tem que se preocupar com o propósito de suas existências. Assim como o sol nasce todos os dias e aquece quem dele necessita. Quando finalmente vem-me a inspiração, se afasta de mim este pensamento utilitarista,
eu então começo a escrever e escrevo como um jardineiro que passeia pelo seu jardim, ou um pastor entre seu rebanho. Amando suas flores ou seu rebanho.
Aprendo que quando não há inspiração, o pensamento ocupa o espaço e atua como um adulto critico que teme ver a criança crescer e voar.