Até Amanhã...
Hoje o amanhecer nublou o sol...
Mesmo que ele tentasse não conseguiria furar as barreiras das nuvens...
Carregadas...
E começou a chover e pequenas fissuras de rios de sol começou a banhar toda a natureza molhada, que se esticava para receber aquela cachoeira solar...
E calmamente foi dando passagem ao vento que com suas mãos foi soprando as nuvens para todo o céu que espelhava um azul desbotado...
E o dia no olhar...
E o pensamento no ar...
Respira um dia de reflexão...
E adoção...
Mas hoje é um dia bom para pescar...
E ninguém melhor que o tempo companheiro e sortudo nas pescarias...
Assim o Tempo foi pescar, perguntado a ele que precisaria providenciar as iscas...
Antes de pegar o caminho até a represa...
Ele sorriu e disse...
Você é a isca...!
E eu a rede...!
Fez-me franzir as sobrancelhas e ficar inquieto com tal resposta do tempo...
E seguimos de ônibus até a represa e durante o percurso eu com meus pensamentos tentando imaginar como seria ser isca...
O tempo olhou pra mim e disse...
Você esta com medo...?
Balancei a cabeça que não...
E no trajeto o silencio no banco da frente e o sol ardendo...
E na parada seguinte com sinal acionado descemos e o silencio seguiu viagem...
Andamos alguns metros e lá estava o grande olho d’água verdinha, barrancos marrons ao redor e uma mata cultivada pela natureza...
E numa ribanceira o tempo disse...
Aqui é o melhor lugar...!
Descemos nos sentamos...
O tempo se esticou e começou a preparar a pescaria...
O tempo como rede abraçou a isca e pulou para dentro daquela água profunda...
Meus olhos se fecharam e minha respiração mais calma, e aquele perfume antigo, alicerces por muito tempo esquecido, descascando sua cor, e meu coração com todos os passados lembrando que no presente há muito mais esperança, de repente um abraço conhecido, um nome lembrado cenas e imagens que estavam naquela altura entre as costas da represa e a profundidade da consciência esquecida, risos, choros, e a própria seriedade a represa da vida.
Sua água não era lágrimas, nem sua composição, mas todo suor dos seus desafios, e a flora aquática pensamentos e suas cultivações...
As tilápias do Nilo e bagres suas alegrias...
Ou seja, toda represa era o bem estar do espirito...
Logo no fundo o solo barrento, pensei deve ser os momentos tristes, o sofrimento e solidão...
E o tempo respondeu...
O solo barrento é na realidade a argila para você modelar seus sonhos...
E meus sonhos onde estão...?(Eu)
Lembra-se daquela prosa poética, Sonhos Largados... (Tempo)
Que te pergunto o que faço com tantos sonhos largados...?(Tempo)
No Caminho... putz!(O Patço)
O tempo sorriu e disse...
Até amanhã...