É madrugada e eu simplesmente decido escrever.

É madrugada e eu simplesmente decido escrever.

Deixei de lado o trabalho da faculdade, e com lágrimas nos olhos eu decido escrever.

Ser escritor é isso, decidir escrever.

Eu me lembro dos momentos que passamos juntos e de quanto éramos felizes juntos. Cada dia da nossa vida teve um significado. Eu me lembro de poucos dias felizes, lembro de dias tristes que são o suficiente para me fazerem deixar de lado tudo o que eu já venho construindo.

Eu queria falar do passado e até escrevi umas palavras sobre ele.

Talvez eu dissertando para o meu leitor, faça com que eu te esqueça. Faça com que desapareça toda essa onda escura que parece está por cima de meu mundo.

Olhando para o que éramos e olhando para o que seríamos, você é o príncipe.

Sempre te chamei de príncipe e sempre cuidei tão bem de você, pena que eu esqueci de construir o nosso castelo com a mesma matéria do início e ele desmoronou. O nosso castelo deu vários avisos de que ele ia cair, de que se colocássemos mais erros ele ia se findar... e os dois não acreditaram nisso. O castelo caiu e ele não existe mais, só existe em palavras com forma de sentimentos e métrica de saudades.

Passo a mão no rosto e suspiro, tento não chorar nessa madrugada.

Como pode tantas palavras que foram ditas um para o outro, terminar assim? Tão dessa forma... forma de silencio. E eu não sei qual a forma do silencio, mas eu tenho certeza que é parecida com a de um monstro qualquer. Há silêncios que falam e são entendíveis. Há silêncios que calam mais e perturbam mais e acabam mais e destrói mais e confunde mais e mata, com tantos “mais”.

Há uma grande possibilidade de você está pensando em mim, agora.

Na verdade, a possibilidade existe só em minha cabeça. Ainda vamos ter um final feliz e tudo o que está acontecendo ainda vamos achar uma forma de nos encontrar. Eu teimo com Deus e deve ser por isso que eu não me canso de pecar.

O mundo ao meu redor está negro.

E não estou sendo racista, eu nem sei quem eu sou.. muito menos que eu estou sendo. Na verdade, eu sei sim...eu sou escritora e isso tudo me basta. Olho ao redor e não me conheço, quero a nossa vida de volta senão eu enlouqueço... e apesar da rima anterior, o recomeço entre nós não rimaria, mas será que se tornaria poesia?

Olho no espelho e vejo quem sou.

Sou um verdadeiro caos. A complexidade em menina, a idade trocada e a alma dilacerada. Sou mais um fantoche do sistema opressor, sou mais uma universitária que se cansou e foi bater assas em outras e novas plataformas.

Todos os choros por aqui têm gosto de perfume seu.

Há seu cheiro fixado em todas as montanhas do meu corpo e em toda a minha alma que passa por um sufoco. Eu não acredito que você seja o melhor e nem o único, eu só acredito que eu estou enlouquecendo e quase caindo para um buraco mais embaixo dessa terra. Posso voar e navegar no mar, pisar no chão e mesmo assim flutuar... posso ter extremos se você aceitar, e ainda vou lembrar do perfume que você era acostumado a usar.

Acabou o amor,

Acabou o texto,

Acabou a vida,

Acabou, deixa eu ir, até a próxima viagem mental.