Sou feito de antepassados

A minha esperança não acaba, ela é inesgotável.

Tudo sempre fica bem no final.

Essa esperança vêm dos meus avós, frutos de uma terra seca, sem chuva e com muito pó.

O suor faz parte da minha família é assim se torna a minha sina, um coração sertanejo convivendo com problemas da cidade grande.

Falta entusiasmo às vezes, falta animo para bater de frente com o inesperado.

Mas sou neto de tropeiro, viajante do inesperado, no meu saco uma viola, aguardente é uma conversa boa. Nasci sim na cidade grande, mas os meus antepassados cheiram mato, terra batida e humildade.

Sem maldade eu reclamo, quando não consigo o que quero, dou valor a pequenas coisas e quando dá certo eu danço, e agradeço a chuva cair na plantação.

Poxa que emoção, quando as coisas dão certo.

Me apaixono pelo misterioso e muitas vezes pelo perigoso, sou que nem a minha bisavó, se embrenhando no meio do mato, no perigo, no inserto, a incerteza tem um cheiro bom, depois que está dentro da panela... De barro.

Quando alguém se vai da minha vida, eu choro, choro e grito. Me tranco dentro da minha Óca, que nem o meu tataravô tupinambá, sentindo o luto da partida de um ente e valorizando a memória.

Pois a memória que faz a gente, ser realmente gente.