Esperança

Sigo à deriva num oceano de expectativas,
animado pela esperança do próximo instante.

Rascunho rotas
que se modificam pelas incertezas de cada nova onda.

Por vezes, ancoro na calmaria e me precipito:
penso que sei onde estou, de onde vim, para onde vou…

Espreito outros navegantes…
Eles estão seguros, têm trajetórias retilíneas,
navegam mar calmo.

Mas a penumbra da rotina nos distancia,
nem sempre os vislumbro;
parece que também me olham cobiçosos.

Desconfio cada vez mais dos meus sentidos,
a realidade que me trazem pode ser ilusão…

Sou novamente envolvido pelo nevoeiro de possibilidades.

Segue o embate entre minhas predileções de rumo
e os rumos que me levam.

E assim irei até que se desanuvie-me o horizonte
e eu aporte no último cais,
com meu rascunho modificado em definitivo.

Só então me desapegarei da esperança.
Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 09/03/2018
Reeditado em 31/03/2018
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