Sempre Noturno
Você está sempre enfornada
Nos meus prantos (sempre noturnos)
Sou homem valente o bastante
E choro por dentro do escuro
Não durmo sem rezar, e me benzo
Dos infortúnios
Você está sempre presente em mim
Mesmo longe, ronda meus medos
Eu, homemacho não choro à-toa
E quando choro fecho os olhos
Tapo os ouvidos, me encolho
Perco o sentido.
Você sabe de mim em desesperos
Em dias de chuva forte. E me
Canta distante a mesma cantiga
Mas sou homem aos montes e
Choro com as mãos sobre a face
Assim me ensinaram, assim sigo
Homem, mas não macho.
Milton Oliveira
07mar/2018