Medindo sentimentos

Você nunca teve coragem de falar pra sua melhor amiga que não vai com a cara do marido dela né. Por quê? Porque você acha que vai machucar, que vai magoar.
Pois é, mas na hora que ela entra na sua casa desabando em lágrimas, querendo um ombro e te fala que mais uma vez foi traída, aí você se acha, deita e rola, já se taxando a melhor conselheira do universo e vai logo despejando sem dó nem piedade:
_ Largue esse traste mulher, será que só você não consegue enxergar o galinha que tem em casa? Nem por um instante se dá conta de que isso é a última coisa que ela quer ouvir.
Você consegue falar isso numa simplicidade pensando o quê? Que ela vai odiar o marido assim, num piscar de dedos?
Mas não vai de jeito nenhum.
O problema é que nós temos a mania de dar " pitacos", até mesmo conselhos, embasados na antipatia que temos pelo traste. Sério, só porque não gosta da criatura se acha no direito de dar palpites.
Cuidado, quem foi traída e quem está ali chorando é ela e não você.
O seu sentimento para com o traste está muito distante do dela por ele.
Ela é a esposa, nós somos só amigas.
E se nossa atitude fosse essa:
_ Vem cá, fala pra mim. Até onde vai seu amor por ele a ponto de suportar uma relação dessa?
Já pensou aí se ela te responde que o amor que ela sente por ele tem a medida de uma viagem à lua?
Ida e volta... Kkkk
Aí tu cai do cavalo nega.
Então, muito cuidado na hora de dar pitacos.
É preciso primeiro, medir os sentimentos.
O de amiga, e o de esposa.
 
Élia Couto Macêdo
Enviado por Élia Couto Macêdo em 07/03/2018
Reeditado em 07/03/2018
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