Anoitece lá fora,
o manto negro
salpicado de estrelas
que tremulam sorridentes,
cobre a terra com o brilho estelar.
Adentra pelas frestas da minha janela,
raios dourados que clareiam
o anoitecer que se instalou dentro de mim,
um anoitecer prenhe de sonhos,
e desatinos que vem à tona.
Liberto-me das paredes nuas, frias e empoeiradas,
impregnadas de lembranças e
levito, e alço voo nas asas do sonho sem asas.
Meu coração sonhador, inquieto
vagueia pelo ar,
embriaga-se de brisa
que me afaga o cabelo
e me faz lembrar você
sentindo meu perfume,
suspirando de paixão
e, com suas mãos de veludo
passeando em meu corpo,
desbravando minha geografia,
perdido entre os aclives e declives,
faz uma pausa para seu deleite.
Num voo rasante
desperto do sonho
sobre a relva orvalhada
como pássaro de asas partidas
sem força para novamente voar,
mas, no peito o coração se agita,
o desejo grita...
Quero você!
O sonho não pode parar...!